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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tlazolteotl, a Deusa Comedora de Imundícies

Creio que os astecas, além de terem dado ao mundo o chocolate, produziram soluções muito adequadas para algumas coisas.

Por exemplo, os caras tinham lá uma Deusa Comedora de Imundícies, TLAZOLTEOTL. Bastava ao moribundo confessar-lhe os erros, as cagadas e os pecados todos, que ela comia tudo com farinha, e o sujeito ó, ia direto para o céu.

As coisas iam muito bem para a civilização asteca quando, quiospariu!, os espanhóis e seus canhões e crucifixos, e suas fogueiras, e seu catolicismo genocida, lhes enfiaram goela abaixo a face misericordiosa de deus.

Dizem que TLAZOLTEOTL quase morreu de indigestão aguda quando alguns padres espanhóis resolveram confessar suas façanhas feitas em nome de rei, do papa e da infinita misericórdia divina. A pobre não agüentou tanta sujeira, tanta patifaria e tanta iniqüidade praticadas em nome de um seu colega de profissão, o tal deus do cristianismo, retirou-se para lugar incerto e não sabido e tornou-se vegetariana e atéia convicta.

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