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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Absinto muito, meus caros

photo by www.shorpy.com/node/10027
Este é o bar nº 3, chamado o Canto do Absinto, o mais modesto e singelo da superfaturada e nababesca sede das Organizações Ornitorrinco. É o único em funcionamento, já que os bares 1 e 2 estão passando por reformas necessárias e inadiáveis, tudo de acordo com os procedimentos de licitações dirigidas, que as Organizações seguem diligentemente. No canto direito estão garrafas de absinto de banana, de goiaba, de cataia, de coquinho-catarro, de corrimentos descontrolados de viuvas sem-porvir, de maracujá-do-brejo, de uvas patifa tucana e pórras das cadelinhas de minas. Degustações abertas ao público todos os domingos, de 9 às 9:23 horas, por R$ 456,67 por pessoa, cão de estimação ou vereador desocupado.

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