Eu visito Maria da Penha Neles todos os dias
Desde ontem estava para replicar esta postagem, oportuna e necessária, e só hoje consigo. Bem, estamos na campanha.
Adriele
Camacho de Almeida, 16 anos, foi encontrada morta na pequena cidade de
Tarumã, Goiás, no último dia 6. O fazendeiro Cláudio Roberto de Assis,
36 anos, e seus dois filhos, um de 17 e outro de 13 anos, estão detidos e
são acusados do assassinato. Segundo o delegado, o crime é de
homofobia. Adriele era namorada da filha do fazendeiro que nunca admitiu
o relacionamento das duas. E ainda que essa suspeita não se prove
verdade, é preciso dizer algo.
Eu
conhecia Adriele Camacho de Almeida. E você conhecia também. Porque
Adriele somos nós. Assim, com sua morte, morremos um pouco. A menina que
aos 16 anos foi, segundo testemunhas, ameaçada de morte e assassinada
por namorar uma outra menina, é aquela carta de amor que você teve
vergonha de entregar, é o sorriso discreto que veio depois daquele olhar
cruzado, é o telefonema que não queríamos desligar. É cada vez mais
difícil acreditar, mas tudo indica que Adriele foi vítima de um crime de
ódio porque, vulnerável como todos nós, estava amando.
Sem
conseguir entender mais nada depois de uma semana de “Bolsonaros”, me
perguntei o que era possível ser feito. O que, se Adriele e tantos
outros já morreram? Sim, porque estamos falando de um país que acaba de
registrar um aumento de mais de 30% em assassinatos de homossexuais,
entre gays, lésbicas e travestis.
E
me ocorreu que, nessa ideia de que também morremos um pouco quando os
nossos se vão, todos, eu, você, pais, filhos e amigos podemos e devemos
ser gays. Porque a afirmação de ser gay já deixou de ser uma questão de
orientação sexual.
Ser gay é uma questão de posicionamento e atitude diante desse mundo tão miseravelmente cheio de raiva.
Ser gay é ter o seu direito negado. É ser interrompido. Quantos de nós não nos reconhecemos assim?
Quero então compartilhar essa ideia com todos.
Sejamos gays.
Independente
de idade, sexo, cor, religião e, sobretudo, independente de orientação
sexual, é hora de passar a seguinte mensagem pra fora da janela:
#EUSOUGAY
Para que sejamos vistos e ouvidos é simples:
1)
Basta que cada um de vocês, sozinhos ou acompanhados da família,
namorado, namorada, marido, mulher, amigo, amiga, presidente,
presidenta, tirem uma foto com um cartaz, folha, post-it, o que for mais
conveniente, com a seguinte mensagem estampada: #EUSOUGAY
2) Enviar essa foto para o mail projetoeusougay@gmail.com
3) E só
Todas
essas imagens serão usadas em uma vídeo-montagem será divulgada pelo
You Tube e, se tudo der certo, por festivais, fóruns, palestras,
mesas-redondas e no monitor de várias pessoas que tomam a todos nós que
amamos por seres invisíveis.
A edição desse vídeo será feita pelo Daniel Ribeiro, diretor de curtas que, além de lindos de morrer, são super premiados: Café com Leite e Eu Não Quero Voltar Sozinho.
Quanto à minha pessoa, me chamo Carol Almeida, sou jornalista e espero por um mundo melhor, sempre.
As fotos podem ser enviadas até o dia 1º de maio.
Como
diria uma canção de ninar da banda Belle & Sebastian: ”Faça algo
bonito enquanto você pode. Não adormeça.” Não vamos adormecer. Vamos
acordar. Acordar Adriele.
#eusougay,
2 comentários:
a nina é bumastif
Bem, se meu neto afirma que nina não é boxer, quem sou eu para afirmar o contrário?
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