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Setores religiosos marcam posição contra homofobia para mostrar que conservadorismo não é unanimidade entre fiéis
De
um lado, representantes de bancadas religiosas atacam os homossexuais e
seus direitos como cidadãos. De outro, a apropriação da palavra bíblica
no lema da parada LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e
transexuais) de São Paulo: “Amai-vos uns aos outros: basta de
homofobia”. Apesar de recentes e constantes demonstrações de
intolerância religiosa contra as pessoas que se atraem pelo mesmo sexo,
nem sempre a religião e a homossexualidade estão de lados opostos.
Promovido
pela Rede Ecumênica de Juventude (Reju), pela entidade Koinonia –
Presença Ecumênica e Serviço, pela Paróquia Anglicana Santíssima
Trindade e pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, um
ato inter-religioso e um painel foram dedicados ao tema “Religião e
homoafetividade”, nos dias 9 e 10 de junho. Um grupo de igrejas cristãs
organizaram uma petição pública em apoio ao PLC 122, que criminaliza a
discriminação por orientação sexual e identidade de gênero e tramita
atualmente no Senado. Na programação oficial do 15º Mês do Orgulho LGBT
de São Paulo – que culmina com a parada, dia 26 – diversas atividades
colocam a relação entre religião e sexualidade em discussão. Um dos
blocos previstos na marcha é dos religiosos contra a homofobia.
“O amor lança fora todo medo”
Com
esse tema bíblico, um luterano doutor em teologia, um padre e teólogo
católico e uma mãe de santo se sentaram à mesma mesa para debater as
concepções das religiões e a relação com a homossexualidade e a
homofobia.
Anivaldo
Padilha, membro da Igreja Metodista e militante do movimento ecumênico
desde a década de 1960, fez a mediação da mesa, apontando que nenhum
religioso com posições contrárias aceitou participar do debate. “A
homofobia muitas vezes é justificada por argumentos teológicos. No
entanto, os conservadores não representam todos os religiosos”, apontou.
Iya
Maria Emilia d´Oyá, da Casa de Culto ao Orixá Ventos de Oyá (candomblé
da tradição Ketu), presidente da Associação Federativa da Cultura e
Cultos Afro-Brasileiros de São Bernardo do Campo e assistente social da
prefeitura da mesma cidade, apontou que as religiões afro-brasileiras,
como o candomblé e a umbanda, possuem uma relação diferente com o
sagrado em relação às religiões cristãs. Para essas religiões, os orixás
são a ligação com os sentimentos e com a natureza. “Não temos livros
sagrados. Nossa tradição é oral. A sexualidade é vivida e experimentada
de maneira muito tranquila. A relação sexual é vista como uma troca de
energia, sem indicação de formas”, disse.
Mãe
Emília, como é conhecida, complementa que há homossexuais fazendo parte
dos cultos de candomblé e umbanda porque são religiões que os acolhem.
“Quem já é excluído na sociedade, se sente confortado”, aponta. Ela
coloca que o grande desafio é colocar a questão para diálogo, dentro e
fora dos templos de qualquer religião. “A religiosidade, de qualquer
tipo, pode ser uma grande arma para enfrentar a discriminação”.
James
Alison, padre e teólogo católico, apresenta as bases da doutrina para
explicar a tensão entre a Igreja e a homossexualidade, colocando a
relação entre a natureza e a graça. “A graça aperfeiçoa a natureza.
Chegamos a ser filhos de Deus sendo o que a gente é; no florescimento da
graça”. Ele explica que até muito recentemente – há menos de 50 anos –
não havia conflitos entre a população LGBT e a doutrina da Igreja
católica porque não havia reconhecimento dessa população. “Não era
reconhecido o ser das pessoas, eram apenas atos homossexuais”, aponta.
Com
a visibilidade da causa gay e o reconhecimento de que não se poderia
confundir o ser e o ato, o Vaticano finalmente se pronunciou sobre o
assunto, reconhecendo que a orientação sexual não é pecado, apesar de
que algumas práticas ligadas a ela podem ser assim consideradas por
membros do clero. “Compreende-se que ser gay não é ser um heterossexual
defeituoso; é criação de Deus. Aí vem o problema da inércia clerical, em
fazer valer o entendimento que ser gay é algo que algumas pessoas
simplesmente são”, coloca.
Sequestro simbólico
O
luterano André S. Musskopf, doutor pela Escola Superior de Teologia,
argumenta que a questão está ligada ao controle dos corpos e do desejo
das pessoas, para o controle da riqueza e do poder. “Religião, sexo,
política e poder não podem ser separados. É através desse controle que
se mantém o status quo”, aponta. Ele reforça que a escolha do tema da
Parada LGBT foi muito oportuna, pois salienta que a palavra de Deus
pertence ao povo, não a instituições religiosas que promovem um
“sequestro” dos bens materiais e simbólicos.
“O
‘amai-vos’ tem uma dimensão política e civil, da garantia de direitos,
mas também uma dimensão teológica e religiosa, na medida em que o amor é
o que nos move em direção aos outros, o que nos motiva na vida.
Precisamos parar de ter medo dos fantasmas e entender que a
homossexualidade não precisa ser justificada, é algo comum e próximo de
todos”, afirma.
Joana Tavares
Brasil de Fato
O Ornitorrinco Azedo pede a palavra para declarar que eventos como esse são belos exemplos de manifestação de tolerância e, por importante, de religiosos cristãos que, de forma clara, remam contra a avassaladora e criminosa maré conservadora das suas instituições, já que os cultos afro-brasileiros sempre tiveram uma relação muito melhor com as manifestações da nossa sexualidade.
Você, católico ou evangélico, não sendo LGTB-fóbico, não pode permitir que padres e pastores vomitem intolerância em nome de deus e do seu próprio nome. Reaja, grite, interrompa-lhes o discurso mortal: afinal, a LGTB-fobia, não duvide disso, mata um ser humano a cada 36 horas neste país.
As palavras de ódio do seu padre e do seu pastor, meu amigo cristão, ameaçam a vida do meu filho e, pois, a minha família. No que me diz respeito, reagirei sempre, e nos meus termos. Tenho nojo deles todos e dos cristãos que, permitam-me a dura franqueza, são tangidos feito bois babões de um lado para o outro.
Assim, quando eu derramar aqui neste blog minha escatologia contra a LGTB-fobia de origem religiosa, bem, não me venha com essa conversa mole de que o seu deus não é LGTB-fóbico. Os que mandam na sua religião são raivosamente LGTB-fóbicos, são mesmo genericamente fóbicos e uns cagões irrecuperáveis, e proclamam-se representantes do seu deus, meu caro.
A LGTB-fobia da sua religião é problema seu. Defender meu filho, incondicionalmente, é minha obrigação de pai.
Você, católico ou evangélico, não sendo LGTB-fóbico, não pode permitir que padres e pastores vomitem intolerância em nome de deus e do seu próprio nome. Reaja, grite, interrompa-lhes o discurso mortal: afinal, a LGTB-fobia, não duvide disso, mata um ser humano a cada 36 horas neste país.
As palavras de ódio do seu padre e do seu pastor, meu amigo cristão, ameaçam a vida do meu filho e, pois, a minha família. No que me diz respeito, reagirei sempre, e nos meus termos. Tenho nojo deles todos e dos cristãos que, permitam-me a dura franqueza, são tangidos feito bois babões de um lado para o outro.
Assim, quando eu derramar aqui neste blog minha escatologia contra a LGTB-fobia de origem religiosa, bem, não me venha com essa conversa mole de que o seu deus não é LGTB-fóbico. Os que mandam na sua religião são raivosamente LGTB-fóbicos, são mesmo genericamente fóbicos e uns cagões irrecuperáveis, e proclamam-se representantes do seu deus, meu caro.
A LGTB-fobia da sua religião é problema seu. Defender meu filho, incondicionalmente, é minha obrigação de pai.
Eu não tenho vergonha do meu filho, e já falei isso pessoalmente para o nosso formidável padre Marcos, que acha que ele ameaça as famílias.
Quem tem que envergonhar-se é você, seja um LGTB-fóbico convicto em nome de deus, ou seja um desses que, apertados, saem pela tangente com a conversa mole de que o seus deus é diferente.
O seu deus, meu caro, e vocês é que dizem isso, é um só, mesmo inexistente e inútilmente único e incompetente: não consegue ser entendido por seus seguidores.
Eu, no mais das vezes, consigo ser bem mais claro aqui neste blog.
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