Papa Bento XVI e padre Cataldo, colocador oficial do solidéu.
Copiei do excelente Pra Discutir o Brasil
Raramente
um papa fala na primeira pessoa. Na abertura da Quaresma o papa Bento
XVI resolveu, estomagado, criticar abertamente os carreiristas que já
tramam, com ele vivo e a gozar de boa saúde, para ocupar o trono de São
Pedro.
Ratzinger
estava irado com as fugas de notícias. Fugas que os jornalistas
italianos, recipiendários dos documentos secretos, chamam de
“santíssimos vazamentos”.
São
notícias vindas da outra margem do rio Tevere, onde não está incrustado
o Vaticano, o menor dos estados e a única monarquia teocrática.
Essas
“futricas” internas coincidem com um momento delicado para a Santa Fé. O
papa Ratzinger encontra dificuldade para adequar o IOR — Instituto para
as Obras Religiosas — chamado de Banco do Vaticano, às normas
internacionais sobre lavagem de dinheiro sem causa e reciclagem dos
capitais lavados em atividades formalmente lícitas.
Com
efeito, o papa Ratzinger, em plena abertura da Quaresma, mandou recado
duro para os membros da hierarquia da Igreja. E falou na primeira
pessoa.
“A
soberba está na raiz de todos os pecados”, frisou Ratzinger ao
mencionar a “busca pelo poder”. Pelo que informa a mídia europeia,
existe internamente, desde o final de 2011, uma luta intestina pela
sucessão de Ratzinger. A saúde de Ratzinger está boa, mas a idade
avança.
Na
mensagem, o papa alerta os fiéis para não confundirem a fé na Igreja
com as falhas humanas dos seus integrantes. Algo duro e que procurou
atingir os que tramam, nos bastidores e vazamentos, pelo enfraquecimento
do poder central e da missão papal.
O
certo é que documentos comprometedores chegam à imprensa italiana com
frequência. Para se ter ideia deles e do teor conspiratório, o cardeal
colombiano Dario Catrillon, um tradicionalista, alertou a Cúria sobre um
complô para matar o papa Ratzinger.
Outro
“santíssimo documento” é atribuído ao arcebispo de Palermo. Em viagem à
China, o cardeal de Palermo, Paolo Romeo, deixou escapar que Bento XVI,
apesar do forte esquema de segurança, seria assassinado nos próximos 12
meses. O cardeal desmente, mas sua revelação foi parar em documento
enviado diretamente ao papa Ratzinger.
Para
uma ala de futriqueiros de saia, quem estaria por trás da manobra seria
o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado. Bertone, há anos,
acompanha Ratzinger e foi seu vice na Doutrina da Fé, órgão que
substituiu o antigo Santo Ofício. Bertone recebeu críticas porque teria
sido complacente e imprudente com relação a apurações sobre clérigos
pedófilos.
Hoje
pela manhã, na inauguração de um centro pediátrico na cidade italiana
de Potenza, o cardeal Bertone usou de uma imagem para atacar os
integrantes da Igreja que vazam documentos para a imprensa sobre fatos
que dizem respeito a interesses internos da instituição. Para Bertone,
eles são os corvos (abutres) inconformados com o vôo de paz e elevado
das pombas.
Os
esvaziamentos de duas polpudas contas-correntes vaticanas em dois
bancos italianos gerou suspeitas das autoridades italianas, no final de
2011. As suspeitas decorreram porque as operações foram realizadas
contra as normas internacionais mínimas a respeito de lavagem de
capitais.
O
esvaziamento das contas-correntes, frise-se, estavam em desacordo com
as leis italianas que seguem as regras impostas pela União Europeia. A
respeito, o Vaticano informou tratar-se de movimentações simples e
voltadas a cobrir despesas com obras de caridade, como poderia
comprovar.
Logo
depois do esvaziamento das contas em bancos italianos, o papa Ratzinger
determinou, mas parece não conseguir, ou pelo menos com a velocidade
desejada, a adequação do Vaticano às normas internacionais protetivas da
União Europeia: o Vaticano, como se sabe, não integra a ONU nem a União
Europeia.
Ratzinger,
na cerimônia que abriu a Quaresma, mostrou disposição de cortar as asas
dos que se movimentam para fechar um nome para a sua sucessão.
Evidentemente, sem fumaça branca e sem a inspiração do Espírito Santo,
como reza a tradição: o Espírito Santo é quem escolhe o novo papa e
conduz os votantes, que são meros instrumentos.
Pano rápido. O
papa Ratzinger faz de tudo para recolocar os clérigos nos trilhos. Ele
advertiu para que coloquem fim “às ambições pessoais e ao carreirismo na
Igreja”.
Wálter Fanganiello Maierovitch, desembargador aposentado do TJ-SP, escreve na Carta Capital
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O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco, dirige-se aos presentes nesta grandiosa quermesse em louvor da Virgencita Protetora dos Blogueiros Ateus Estupefactos e pergunta:
1. Na santa madre hipócrita há mesmo carreiristas que já
tramam, com o papa completamente vivo e a gozar de boa saúde, para ocupar o trono de São
Pedro?
2. O chefão da santa madre genocida encontra dificuldade para adequar o IOR — Instituto para
as Obras Religiosas — chamado de Banco do Vaticano, às normas
internacionais sobre lavagem de dinheiro sem causa e reciclagem dos
capitais lavados em atividades formalmente lícitas?
3. A santa madre dissimulada realiza operações bancárias - o suspeito esvaziamento de contas-correntes - em desacordo com
as leis italianas que seguem as regras impostas pela União Europeia?
4. Alguém aí pode explicar-me, sem conversa cerca-lourenço e sem apelar para o "respeite minha fé", se existe diferença importante e significativa entre o Banco do Vaticano e as instituições financeiras localizadas em paraísos fiscais?
5. Alguém aí pode tentar explicar-me como uma instituição que tem um padre como colocador oficial de solidéu pretende ser levada a sério?
Um comentário:
Dar dinheiro à Igreja Católica para distribuir entre os pobres, durante séculos, não só não acabou com a pobreza no mundo, senão que não cessa de a incrementar.
Pedir dinheiro para os pobres, e para as ánimas do Purgatorio, serviu à Igreja para acumular, ao longo de centos de anos, riquezas bastantes como para levantar o primeiro emporio imobiliário do mundo, e provavelmente também artístico e económico.
Porque, como sempre, quem faz a Lei faz a armadilha.
A primeira faz o apela à caridade a seus fiéis, para alem das obrigações da fiscalidade eclesiástica lejislada nos seus chamados “Cinco Mandamientos da SMI” que se lhes impõem.
E depois aplicam para si memos o princípio aquele que diz:
“A caridade bem entendida começa por um mesmo”
Amém.
Naturalmente, amigo Paulo, o máximo representante de Deus na Terra não pode se colocar por si mesmo o solidéu. Precisa um servidor que o faça.
De outro jeito, perderia qualquer vislumbre de credibilidade entre seu rebanho.
Ai, Paulo, Paulo, por que me persegues?
(O meninho Jesus galego, da Galiza)
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