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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Anotações sobre edredons, poder público e interesses econômicos

Observem que no edredon usado durante 2011 foram feitas diversas anotações relacionadas às conversas havidas entre prefeitura e poder econômico. Nossa reportagem conseguiu anotar "barigui", "malvinas", "km.4", "emparedar os vereadores" e "discrição". Algum aspone tentou apagar as expressões "sujeira", "fedor", "problemas de saúde", "moradores" e "respeito". Sobre as manchas vermelhas as autoridades não apresentaram nenhuma explicação, embora um daqueles comunistas desagregadores ande pela cidade afirmando que "são do sangue do fiofó de algum morador desavisado".
Os edredons que todos nós temos em casa são muito apropriados para atividades afrodisíacas, lúdicas, eróticas e apimentadas entre casais e, embora você até possa duvidar, eu e Sonia, por exemplo, gostamos muito, apesar de eventuais dores nas juntas, etc e tal e cousa e lousa.
Obviamente, tais furdunços acontecem reservadamente, isto é, ninguém chama a vizinhança, a associação de moradores ou o Ministério Público para dicutir detalhes da coisa toda, de modo que podemos dizer que as atividades feitas sob nossos edredons são sempre de caráter privado.
Entretanto, a Constituição Federal proibe que qualquer esfera do poder público possa agir sob edredons, ou seja, a Prefeitura Municipal de Antonina não pode nunca fazer qualquer coisa às escondidas, e isso está na lei.
Infelizmente, a nossa prefeitura e o poder econômico enfiaram-se, em 2011, debaixo de edredons e, de repente, ainda meio pelados e desgrenhados, saíram à luz e, sem nenhum pudor, atropelaram a Câmara e centenas de famílias com uma lei que propõe alterar o uso do solo em extensas áreas na cidade. 
Ao contrário das atividades lúdicas que praticamos em casa, a prefeitura está legalmente obrigada a chamar todos os interessados para que vejam o furdunço todo, meus caros, ou seja, a população tinha que conhecer, acompanhar, discutir e aprovar as alterações que a prefeitura e o poder econômico urdiram debaixo de convenientes e discretos edredons, muito especialmente as consequências negativas que impactarão nossas vidas.
Jogando limpo e com derramada franqueza, como sempre faço aliás, deixo meridianamente claro que, se o vereador Luis Carlos Polaco apóia as alterações que a prefeitura e o poder econômico urdiram eu, que já as tenho brancas, trato de colocar minhas barbas em molho abundante e preventivo.
O nobre vereador não perde nunca, vocês já repararam? 
Então, está dito.

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