The Ornitorrinco Historic Photos
O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco, a soldo de quem luta contra todas as formas de violência que atingem crianças, saúda os presentes nesta grandiosa quermesse em louvor Nossa Senhora do Livre Arbítrio Infantil e, antes que os católicos desavisados levem seus filhos, procurem entender o significado das palavras da faixa.
Catequese é a instrução metódica da doutrina cristã, planejada e pensada para determinado fim, e catequizar significa aliciar, tentar convencer, doutrinar para, ao fim e ao cabo, controlar.
Fantoche é um boneco que a gente movimenta e controla com a ajuda de fios ou com as mãos, o que nos remete para bonifrate, que é uma pessoa que fala e procede sob a orientação ou controle de outra, no mais das vezes repetindo dogmas, que são teses e opiniões apresentadas como absolutamente certas e impostas como verdades indiscutíveis.
Num ambiente de leveza lúdica - não usam mais aqueles padres ameaçadores e chatos, mas com utilização de técnicas sutis que envolvem crianças naturalmente curiosas, a catequese, para citar um exemplo, planta as sementes da homofobia sem que o/a catequista precise fazer qualquer crítica ou menção ao povo LGBTT.
Com brincadeiras e músicas, desenhos, gibis e filmetes o/a catequista enfatizará - não é, crianças? - que o "normal", que o "certo", que o que "deus disse e quer" é uma família que tenha um homem, uma mulher e os filhos, e tome imagens de casais e de famílias, quase sempre brancos e de olhos azuis, em situações que lembram comercial de margarina: gente limpinha rindo, alegria, felicidade, etc.
Quando, provavelmente já na adolescência, a criança catequizada encontrar um gay, pronto, é o bastante para que a semente da homofobia sutilmente plantada germine, porque ela se verá diante de alguém "errado", "anormal" que, por ser diferente, "não está de acordo com a palavra de deus", e blá-blá-blá.
Eu não precisei de intermediários religiosos para educar meus filhos, nem das suas ilusões e seres mágicos, nem da frágil moralidade cristã assentada sobre pilares feitos com a improvável argamassa que mistura dogmas insustentáveis e medo de um deus que, mesmo inexistente, creiam, é um completo patifão.
Meus imperfeitos filhos são hoje cidadãos trabalhadores, honestos, lutadores e radicalmente bons, capazes de gestos de solidariedade, de companheirismo, de pura compaixão, de ação coletiva em defesa de direitos inclusive de pessoas que, por serem apenas diferentes, são tratados com absoluta intolerância e com ódio por muitos daqueles que, desde pequenos, passaram pela experiência da catequização e da "educação" religiosa.
Devemos educar nosso filhos para que sempre duvidem, para que perguntem, para que ousem erguer e manter a cabeça para fora e acima da manada, e não para o conformismo dos rebanhos que, melancolicamente tangidos por chusmas de intermediários de diferentes religiões, são todos os dias levados para os matadouros da fé obtusa.
Catequese para crianças é ato de extremada e inominável violência contra quem não é ainda capaz de discernir e de fazer escolhas conscientes.
Eu disse violência? Pois é, poucas instituições foram - e são - tão letais quanto a santa madre hipócrita, machista, misógina, sexista, intolerante, mentirosa e corrupta igreja católica apostólica romana.
A propósito, meu neto German agora pela manhã colheu um monte de jambos vermelhos e suculentos, e o pé é bastante alto.
Por que eu o mandaria para uma porcaria de uma sessao de catequese?
A mente linda e livre dele haverá de merecer meu respeito incondicional, inclusive se, já adulto, bater a cabeça numa escada e, despirocado, resolver seguir uma religião.
Olha a verdade divina aí, gente!
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