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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Meu neto German e a homofobia

German, meu neto de sete anos, esteve hoje na casa de Mateus, da mesma idade.

O pai de Mateus, Marlon, ouviu o seguinte diálogo:

- Onde você foi hoje cedo, Mateus?
- Ah, eu fui na igreja.
- Na igreja? 
- É, na igreja.
- Mas você sabia que a igreja é homofóbica?
- O que é homofóbica?
- Ah, é xingar as pessoas, é jogar pedras.

Já mostrei como as religiões ocidentais e cristãs implantam a semente da homofobia e da intolerância na cabeça indefesa de criancas submetidas à violência inominável chamada catequese.

Eu, embora não pretenda ir-me antes de pelo menos uns vinte ou trinta anos, se esticasse as canelas bem agora, iria muito feliz.

Cumpri meu dever e disso tenho orgulho: apenas sendo modesto exemplo, sem porra de imposição, sem merda de catequese, sei que a sementezinha da tolerância está lá na cabeça de German.

Vocês, cristãos, vivem um problema insolúvel: quem ensina aos seus a intolerância contra quem é diferente não vai pro céu.

Eu vou. E sem acreditar em deus.

Poema para German

Tanto por mim tem feito, 
brilha tanto a luz dos 
seus olhinhos que,
para este meu menino, 
meu velho coração é pouco, 
dois ou três preciso ter.

Tomo sua mãozinha 
e atravessamos o escuro:
seu avô está aqui, meu menino, 
tudo agora está seguro.

Tanto amo o meu German 
e suas histórias de sonhos,
que acordo do meu sono desse jeito, 
assim, igualzinho ao meu menino.

Para que não sinta medo, 
sonho que posso tudo 
e voamos, nós dois.

Agora, no vôo dos sonhos dele, 
tomo sua mãozinha 
e sinto-me leve,
e sei que estou seguro: 
meu neto está comigo.

Protegido, posso voar em seu sonho. 
Sou invencível.
(Vô Paulo, 12/11/2007)

3 comentários:

NEFERTARI disse...

Os que se dizem cristãos, são intolerantes e ensinam a intolerância aos seus filhos e netos...
Eu me emocionei com o teu German e o poema que fizeste para ele.
Também ensinei aos meus filhos - e agora aos netos - a ver o mundo sem essas camadas de burrice, maldade.
Mas, a teocracia está na porta,
estamos voltando à Idade das Trevas,
os teocratas estão cada vez mais fortes e mais afoitos. Nem quero pensar no futuro com eles no comando...

Julio Marinho disse...

Ah se todas as crianças tivessem uma educação assim...

skora, Polaco Doido disse...

Hê laia!

Com todo o devido respeito ao sexagenário, mas... porém, contudo e todavia!

CEQUINEL TU É FODÁSTICO!

transmita congratulações vermelhas de emoção ao netinho!