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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 4 de março de 2014

Toda forma de amor vale a pena, toda forma de amor vale amar. O resto é preconceito.

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco cumprimenta os fanáticos presentes nesta perigosa quermesse em louvor de São Marco Bolsonaro Feliciano, protetor de todos os LGBTT-fóbicos, e divide com vocês, bando de obtusos, este texto leve, lindo, delicado e certeiro. 
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Copiei de Lorraine Tavares

Querida família,

Passei algum tempo analisando cuidadosamente essa foto e algumas outras que tirei com minha namorada, pra tentar entender de que forma ela pode ser tão agressiva e/ou escandalosa a ponto de ter causado tanto alvoroço entre vocês.

O que vejo na foto são atos de afeto e carinho. Não quero expor ninguém, mas entendo que isso não é tão comum entre os casais de nossa família, que tem fortes históricos de violência doméstica, abusos psicológicos, traição e desavenças, além de vínculos afetivos rompidos de forma traumática. E ainda assim eu não entendo como a foto possa ter os agredido de alguma forma. Sobretudo porque não é nenhuma novidade que eu seja publicamente amorosa com quem eu amo.

Entendo que pra vocês pode ser confuso o fato de que eu me relaciono igualmente com homens e mulheres, os amo de igual forma e vivo publicamente essas relações. Mas não projetem em mim a confusão de vocês: eu não estou confusa. Não quero chamar atenção nem me compreendo como uma pessoa pervertida. Meu único escândalo é ser intensa e vívida em meus vínculos de afeto. Mas ainda assim, não vejo como isso possa ser o suficiente para que eu seja alvejada por questionamentos furiosos e preconceituosos da parte de vocês.

Não é a primeira vez que sou violentamente questionada acerca dos meus relacionamentos com mulheres, e se não está claro para vocês, quero explicitar novamente que não é uma fase: eu gosto igualmente de homens e mulheres. Não vejo por que esconder algumas relações enquanto vivo explicitamente outras só porque vocês são lesbofóbicos ou bifóbicos (com exceção da minha família nuclear: Rodrigo, George, Geraldo. Seus lindos.)

Sou expansiva, exposta e intensa, e isso não vai mudar por causa do preconceito alheio. Espero que vocês compreendam isso e não fiquem se doendo, pois eu não estou. Estou feliz, amando e sendo amada. Aceita que dói menos.

Beijos cheios de amor,

Da ovelha colorida da família 

"Toda forma de amor vale a pena, toda forma de amor vale amar"

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