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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Bento Cego, poeta de Antonina

Copiei de palavradobó

BENTO CEGO, O POETA DE ANTONINA. HISTÓRIAS E ESTÓRIAS XIX

Bento Cego é uma das personalidades de maior importância para a nossa cultura poética, com referências do início do século XIX.
Nascido em Antonina, no bairro do Registro no ano de 1821, cego de nascimento, cantador e violeiro, andava pelas ruas de nossa cidade “dedilhando a viola e desferindo o canto”, como nos conta Ermelino de Leão em seus escritos*. Os poemas de Bento estavam bem mais para repentes - versos improvisados – expressão apropriada e divulgada em sua época, principalmente quando se tinha um bom desafiador. Bento ganhava todas as disputas e sua fama ultrapassava os limites da Província. Em um determinado dia – conta a história – nas planícies dos Campos Gerais houve uma grande disputa com o famoso “senhor das trovas” Miguel Arriola, que lançou seu primeiro verso desafiador: “Meu ilustre Bento Cego, Homem muito sabichão, Eu quero que “mecê” me diga, Quantos pelos tem um cão? Apesar da difícil pergunta, Bento imediatamente respondeu: “Ilustre Miguel Arriola, Homem de sabedoria, Mecê pergunte pras  pulgas, Que melhor responderia”. Arriola se deu por vencido e a partir daí Bento passou a ser aclamado em vários Estados vizinhos. 
Não se tem dados quanto a data da morte de Bento Cego, mas consta que faleceu no Estado de São Paulo, palco do seu sucesso. O que se sabe é que ele morreu cantando, conforme a máxima da sua poética:

Eu hei de morrer cantando
Cantando me hei de enterrar,
Cantando irei para o céu,
Cantando conta hei de dar.

Ermelino de Leão termina o seu texto com a seguinte citação de Nestor de Castro: “Nós com a fraqueza da nossa inteligência, apenas levantamos agora esta pequena homenagem ao teu nome glorioso, em torno do qual já vão desabrochando os clarões munificentes da história”.
Pouco mais se sabe sobre a vida do grande poeta antoninense. No ano passado foi rodado um curta metragem inspirado em sua pequena história, com cenas rodadas em Antonina e periferia, que contou com a direção do cineasta Geraldo Pioli,  e com a participação do músico e compositor antoninense Alecir Carrigo, interpretando Bento Cego.

Referência Bibliográfica: LEÃO, Ermelino. “Antonina, Fatos e Homens”, pub. 1926. Original.
Extraído do livro “Crônicas da Capela” 2006. Publicado no blog Palavradobo em 28 de junho de  2002.   

Um comentário:

PAULO R. CEQUINEL disse...
Este comentário foi removido pelo autor.