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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Alberto Goldman: tucano jaguara, ex-comunista, golpista

Via Contextolivre

Tucanos flertam com golpismo

Breno Altman

O ex-governador Alberto Goldman, coordenador da campanha de Aécio Neves em São Paulo, leva seu ódio antipetista ao paroxismo.

Leiam com atenção o título de seu artigo mais recente, no site do PSDB: “O Brasil rejeitou o PT. Dilma não teria condições de governar o Brasil.”

Do que está falando esse cavalheiro que um dia já foi de esquerda?

Que o resultado eleitoral não deve ser acolhido? Que os tucanos irão desconhecer a vontade das urnas, a partir da noite do dia 26, agindo como a pior parte da oposição venezuelana e tentando virar a mesa?

Goldman parece ter finalmente concluído sua adesão ao lacerdismo e seu bordões.

O que pensa parece inspirado no que foi escrito sobre Getúlio Vargas nos anos 50. Dilma não pode vencer. Se vencer, não pode governar. Se governar tem que cair.

Esta é a linha do prócer tucano?

O álibi para tal raciocínio é aberração que fere a Constituição. “Dilma recebeu 41,5% dos votos válidos no primeiro turno das eleições. Os restantes são 58,5%”, diz o ex-comunista.

Ora, por esta tese, qualquer vitória em segunda volta é ilegítima. Afinal, só há nova votação quando o primeiro colocado recebe menos sufrágios que a soma de seus adversários.

Vejam, por exemplo, a situação de Aécio Neves. Teve apenas 33,55% dos votos válidos na primeira rodada. Os demais foram 66,45%. Sua eventual vitória em segundo escrutínio, portanto, deveria ser politicamente impugnada?

Se Dilma vencer no próximo dia 26, com 50% mais um dos votos, como manda a carta maior, terá sido eleita pela aliança entre os petistas e o veto ao retrocesso conservador, e seu mandato terá plena legitimidade.

Caso venha a ser Aécio o vitorioso, na união entre os votos tucanos e a rejeição antipetista, seu triunfo também será legítimo e o neto de Tancredo teria “condições de governar”.

O resto é conversa golpista.

Mas Goldman vai além.

“A votação do PT se sobrepõe”, afirma, “quase que com absoluta perfeição, no mapa da distribuição dos programas assistenciais, em especial do bolsa família. Abstraídos os votos dessas áreas, que deram a Dilma mais de 50% dos votos, a derrota para a oposição é muito mais expressiva”.

O impressionante é sua conclusão. “O Brasil do trabalho formal, produtivo, dos seus trabalhadores e empresários, no campo e na cidade, o Brasil da cultura e da tecnologia – essa é, de fato, a elite brasileira – rejeitou, por ampla maioria, o PT e sua candidata.”

Quer dizer que o voto dos brasileiros que ganham menos de dois salários mínimos, entre os quais Dilma teve 52%, vale menos que a “elite brasileira” identificada pelo ex-governador?

Qual seria a sugestão de Goldman para resolver esta situação que o incomoda? O voto censitário? A concessão do título de eleitor apenas aos cidadãos do que considera ser “o Brasil da cultura e da tecnologia”?

Seu discurso não é apenas antidemocrático. Apela também para o preconceito social e a fúria de classe contra os pobres. Na pior tradição da direita brasileira.

Vergonhoso outono de um homem público que caminhou entre as forças progressistas antes de saltar o alambrado.

Um comentário:

catiricana disse...

Argh!!! Deu vontade de vomitar... esse homem deveria ir morar em Let Viva, fazer política por lá...