Ventania senhora dos meus cabelos
hoje estrelas de junco
e o verão não mais cabe em meu corpo
hoje estrelas de feno
os faróis escondem o meu corpo
estrelas de feno de terra seca de água suja
estrelas de ferro
de terra fértil
de negros olhos grandes
estrelas de olhos
senhora das estrelas
Estavas de branco senhora dos meus amores
de brancos dedos de prata
Senhora dos meus dedos pegajosos
estavas de ares novos
senhora dos meus sonhos pegajosos
arestas senhora dos meus olhos
arestas perigosas
aranhas senhora anti-corpo olhos pegajosos
Senhora dos meus versos
em teu corpo, teu corpo
(minha velha estrada)
senhora dos meus ais
doces de açúcar mascavo
doces dentes brancos
dentes teclas brancas de piano
Senhora
os muros altos
senhora dos meus atos
e os gritos brancos
senhora dos meus espaços
e o meu sonho
senhora do meu sono
E grandes beijos
senhora da minha boca
Senhora dos grandes olhos negros em festa
senhora da minha pele
Montanhas senhora das minhas naturezas
rios senhora das minhas águas
Minhas eternas luzes brancas
senhora dos meus domínios
povo descalço grande rio pegajoso
Senhora dos meus vícios
dos meus dedos
dos meus horários
Senhora das minhas necessidades
das minhas idades
das letras do barro pegajoso
das lesmas das lentas mortes das lentes
Senhora das minhas luzes apagadas
das chuvas de branco
senhora pacificada
Senhora dos meus sonhos
imensos campos de trigos
terras secas beijos beijos
Senhora dos meus intestinos
mãe dos meus ventos
irmã dos meus desertos
dos rios dos vales
senhora dos pedaços
Senhora dos relógios velhos aposentados
das notícias de sangue
senhora do meu sangue
Senhora das minhas pernas
das minhas almas
Senhora das minhas armas brancas
dos meus fuzis
Senhora dos lençóis
dos orgasmos
luzes apagadas
Senhora dos fenóis
da minha interna química corporal
Senhora das máquinas
das tintas
das fumaças
das cores
dos vestidos verdes
Velhos vencidos
senhora dos vencidos branca senhora
senhora dos olhos da noite
Senhora do drama do tango
do tango a média luz
dos semáforos
dos fósforos
das varandas
Senhora dos retirantes
Senhora dos pés descalços
do trigo
de julho
das lãs
Senhora dos apressados
Senhora dos ares dos tempos dos templos
Senhora do meu espanto
eu te preciso com todos os meus erros de concordância
eu te preciso com todos os meus erros de inglês
(Cometido em 1978, se bem me lembro)
hoje estrelas de junco
e o verão não mais cabe em meu corpo
hoje estrelas de feno
os faróis escondem o meu corpo
estrelas de feno de terra seca de água suja
estrelas de ferro
de terra fértil
de negros olhos grandes
estrelas de olhos
senhora das estrelas
Estavas de branco senhora dos meus amores
de brancos dedos de prata
Senhora dos meus dedos pegajosos
estavas de ares novos
senhora dos meus sonhos pegajosos
arestas senhora dos meus olhos
arestas perigosas
aranhas senhora anti-corpo olhos pegajosos
Senhora dos meus versos
em teu corpo, teu corpo
(minha velha estrada)
senhora dos meus ais
doces de açúcar mascavo
doces dentes brancos
dentes teclas brancas de piano
Senhora
os muros altos
senhora dos meus atos
e os gritos brancos
senhora dos meus espaços
e o meu sonho
senhora do meu sono
E grandes beijos
senhora da minha boca
Senhora dos grandes olhos negros em festa
senhora da minha pele
Montanhas senhora das minhas naturezas
rios senhora das minhas águas
Minhas eternas luzes brancas
senhora dos meus domínios
povo descalço grande rio pegajoso
Senhora dos meus vícios
dos meus dedos
dos meus horários
Senhora das minhas necessidades
das minhas idades
das letras do barro pegajoso
das lesmas das lentas mortes das lentes
Senhora das minhas luzes apagadas
das chuvas de branco
senhora pacificada
Senhora dos meus sonhos
imensos campos de trigos
terras secas beijos beijos
Senhora dos meus intestinos
mãe dos meus ventos
irmã dos meus desertos
dos rios dos vales
senhora dos pedaços
Senhora dos relógios velhos aposentados
das notícias de sangue
senhora do meu sangue
Senhora das minhas pernas
das minhas almas
Senhora das minhas armas brancas
dos meus fuzis
Senhora dos lençóis
dos orgasmos
luzes apagadas
Senhora dos fenóis
da minha interna química corporal
Senhora das máquinas
das tintas
das fumaças
das cores
dos vestidos verdes
Velhos vencidos
senhora dos vencidos branca senhora
senhora dos olhos da noite
Senhora do drama do tango
do tango a média luz
dos semáforos
dos fósforos
das varandas
Senhora dos retirantes
Senhora dos pés descalços
do trigo
de julho
das lãs
Senhora dos apressados
Senhora dos ares dos tempos dos templos
Senhora do meu espanto
eu te preciso com todos os meus erros de concordância
eu te preciso com todos os meus erros de inglês
(Cometido em 1978, se bem me lembro)
Um comentário:
Onde andam os meus cabelos 1978?
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