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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

domingo, 17 de outubro de 2010

Patifaria serrista



Então vamos lá.

Serra, sem propostas, sem programa e sem ter como defender o governo FHC e o seu próprio em São Paulo, e evidentemente completamente sem vergonha, resolveu apostar numa campanha com duas frentes: numa, baixaria, calúnias, mentiras, distorções e boataria contra Dilma Rousseff e a segunda, já na reta final do primeiro turno, a de apostar no atraso, no preconceito e no medo irracional que decorre da fé exacerbada que impede que pessoas pensem direito.

Serra, na condição de Ministro da Saúde, assinou portaria que regulamentou os procedimentos relacionados à realização do aborto, nos termos da lei, no âmbito do SUS, medida necessária, correta e pertinente.

Serra, marido e pai, e Mônica, sua esposa, ainda no exílio chileno, em tempos de incerteza, de dúvidas e mesmo de medo, decidiram fazer um aborto, e não pode haver no mundo nenhuma pessoa de bem que possa condenar o casal por ter tomado decisão tão dramática, tão dura, tão extrema.

Mas Serra, o patife, oportunista e safado, resolve trazer o aborto para o centro da campanha e, sua esposa Mônica acusa Dilma de ser a favor de matar criancinhas.

Serra, que assinou portaria correta e necessária sobre o aborto, e Serra, marido e pai que decidiu junto com sua mulher fazer um aborto aponta o dedão sujo e hipócrita contra Dilma Rousseff.

Diante de um patife eu não posso dizer eis aqui um ornitorrinco.

Diante de um patife eu, pobre ornitorrinco, devo dizer com todas as letras, eis aqui um patife.

Eu, diante de uma mulher e de um homem que um dia, em tempos difíceis e incertos decidiram abortar um filho por eles concebido, não posso e não devo condená-los. Não tenho esse direito.

Agora, diante de um casal que age como estão agindo Mônica e José, bem, não tenho saída, estou obrigado a dizer, e o faço com clareza: estou diante de uma dupla de patifes.

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