O Polaco Doido é, como é próprio, completamente doido.
Mas, que fique bem claro, burro ele não é.
O Deputado Estadual Ney Leprevost (PSD-PR), é um dos raros políticos
paranaenses que merece respeito e admiração por parte deste polaco doido
e escrevinhador. Conheci o Deputado desde quando ele era vereador de
Curitiba, no ano de2002. Apesar de nossas diferenças ideológicas não
sinto nenhum constrangimento em afirmar que o deputado é um dos poucos
que defendem seus ideais de maneira muito justa e democrática.
É lógico que o fato de admirar e respeitar a carreira política do
Deputado Leprevost, de maneira nenhuma, implica que eu concorde com suas
idéias e propostas. E é justamente esse o objetivo desta postagem.
Estes dias, recebi um informativo do deputado onde o mesmo faz uma
defesa veemente do sistema de voto distrital e demoniza o financiamento
público de campanha. Veja aqui.
Não sei se este posicionamento do deputado é fruto de uma convicção
pessoal ou uma imposição do partido a que ele pertence, o novíssimo PSD,
mas isso não vem ao caso agora.
E você, sabe o que é o voto distrital?
No voto distrital, os eleitores seriam divididos em distritos, cabendo a cada distrito a eleição de um único representante.
Assim, para a eleição de deputados estaduais, a população do estado
seria dividida em 54 distritos cada um deles teria um único candidato
eleito.
Para a câmara de vereadores de Curitiba, teríamos a cidade dividida em 38 distritos, cada um com uma cadeira.
Numa primeira olhada nesse sistema ele até pode parecer mais justo,
mas ao se aprofundar no tema é fácil perceber que boa parte dos
eleitores perderiam representatividade. Além disso, o novo sistema
tende a transformar estes distritos em verdadeiros campos de batalha
entre os candidatos e eleitores, formação de currais eleitorais, um
sistema democrático dividido em feudos e, em médio prazo, uma democracia
representada por apenas dois ou três partidos políticos.
Como nos Estados Unidos, onde existem mais 50 partidos políticos, mas
os únicos com representatividade real, são os Republicanos e
Democratas.
Os argumentos do deputado e de sua turma:
-“O voto distrital seria uma forma mais justa, democrática e evoluída de eleger parlamentares”
Na opinião deste polaco, o voto distrital privilegiaria os candidatos
com mais recursos financeiros e isso, não tem nada de justo. Além
disso, os candidatos já com mandato teriam muito mais facilidades para
reeleição utilizando recursos da máquina pública, o que também não tem
nada de justo.
-“Com o voto distrital,
aberrações do processo eleitoral brasileiro que hoje elegem “na carona”
deputados federais com pífia votação, como a ocorrida em São Paulo na
cola do palhaço Tiririca, seriam definitivamente sepultadas.”
A eleição de Tiririca não foi uma aberração, foi um caso a parte, um
fenômeno. No Brasil adota-se o sistema de Democracia Representativa
Partidária. Apesar da grande mídia, dos partidos e do governo não
divulgarem essa informação, o precioso voto do eleitor, conta primeiro
para a coligação, depois para o partido e só no fim é contabilizado ao
candidato. Os eleitores que votaram no Tiririca, em última análise
votaram no grupo que ele representava, logo o estado de São Paulo
escolheu 4,5 deputados do PR e o Paraná, escolheu 1,9 com o puxador de
votos, ratinho Jr, do PSC.
-“O cálculo Incompreensível do
“coeficiente eleitoral” adotado hoje em dia que serve justamente para
isso: eleger políticos fracos para fortalecer ainda mais determinado
partido”.
Ora! O cálculo do coeficiente eleitoral, não é tão incompreensível
assim. Na verdade ele é muito simples, mas claro que não querem que o
eleitor comum entenda realmente como funciona a coisa.
Muito simples, quer ver?
O número total de vagas disponíveis / Número total de votos válidos = Coeficiente eleitoral.
Como exemplo:
Nas eleições para vereador em Curitiba no ano de 2008
38 vagas / 965.083 Votos válidos @ 25.967 de coeficiente eleitoral.
Deste modo, apenas as coligações ou partidos que conseguiram no
mínimo 25.967 votos, terão direito a ocupar uma cadeira na casa. Quanto
mais votos, mais vagas e assim vai.
Deste modo os partidos pequenos, também têm chance de conseguir representatividade. E viva a democracia!
-“A proporcionalidade do número
de representantes com relação à quantidade da população que eles
representam também seria finalmente corrigida, sendo coerente que um
Estado altamente populoso como São Paulo tenha muito mais “deputados
distritais” do que um Estado como Sergipe (pela quantidade de eleitores
de cada região).
Senhor deputado. Onde está a coerência? O estado de São Paulo com 110 deputados, o Paraná com 28 e o Sergipe com apenas 3.
Qual seria o peso e o poder de bancadas como a do Paraná e de Sergipe
sendo a Bancada paulista a maior, com poder de aprovar ou não aprovar,
o que bem entenderem.
A Câmara federal só vai defender os interesses de um único estado?
Como fica o resto do país? Isso é incoerência e fere profundamente a
manutenção da unidade nacional!
-“Não quero dinheiro público
financiando campanha eleitoral. Quero o dinheiro público financiando
serviços públicos de qualidade para o povo brasileiro.”
Essa defesa eu até entendo. A maioria dos políticos que não apóiam os
financiamento público de campanha, pertencem a partidos como DEM, PP, o
Novo PSD e similares. É só dar uma olhada no sítio http://www.asclaras.org.br/,
procurar pelos maiores beneficiados pelo financiamento privado de
campanhas. Você vai perceber que são justamente estes, que condenam o
financiamento público exclusivo.
E fica justamente aqui, as perguntas ao ilustríssimo dep. Ney Leprevost.
Sem os R$ 1.702.880,40
arrecadados, em grande parte, pelo setor privado, o senhor teria
condições de montar o mega-comitê utilizado nas eleições de 2010?
Sem esse mega-comitê eleitoral,
que custaram aproximados R$ 1.702.880,00 o Senhor teria conseguido seus
79.760 votos. Votos que também ajudaram a eleger nomes como, Nelson
Justus, Mauro Moraes, Evandro Junior, Francisco Bhurer, Osmar Bertoldi,
Traiano, Pedro Camargo, Douglas Fabrício, Abelardo Lupion?
Todos eles receberam menos
votos que Wilson Quinteiro (PSB) que com 43.510 votos, não foi eleito.
Boa parte deles recebeu menos de 41.918 votos, que foi o número de
eleitores de Elton Welter (PT) que também não ganhou uma cadeira.
E o Tiririca é que é uma aberração!?
O Senhor teria conseguido a reeleição para a ALEP sem a ajuda destes estes R$ 1.702.880,00?
O espaço é aberto e democrático. Todos que visitam o Polaco Doido
podem enviar seus pontos de vista, inclusive o Deputado Ney Lepevost.
Fique a vontade para discordar ou concordar com o Polaco!
Polaco Doido
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O Ornitorrinco Distrital pede a palavra para dizer que nem fudendo põe a mão no fogo por um tipo sestroso como esse deputadão ney não sei das quantas, meus caros. Nem a mão, nem um dedo e nem mesmo um pentelho grudado no sabonete. Cara de bobo eu sei que tenho e reconheço ter, mas não sou bobo.
2 comentários:
Sr.Paulo,parabéns e muito obrigado,pois,são pessoas mais esclarecidas e vividas que devem transmitir aos leigos politicos,no qual me enquadro,um novo horizonte em aprendizado de politica,abriu-se em minha mente !
Prezado Gilson, agradeço o elogio mas não o mereço, meu caro, já que apenas reproduzi o texto pra lá de pertinente de um outro blogueiro, o formidável Polaco Doido. Aliás, recomendo enfaticamente que você o visite, vale a pena.
O link pro Crazy Polska você acha na Mixórdia de Blogs Sujos.
Mesmo tornando-se fã incondicional do Polaco Doido, o que será inevitável, não se esqueça de visitar-me de quando em vez.
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