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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Por que é preciso manter a fé cega e a religião longe da política

Copiei do Paulopes

por Cognite Tute em resposta a um leitor no post
Estado laico já é o grande perdedor da eleição de São Paulo


Fabinho: "A religiosidade está arraigada em todos os brasileiros."

A crença em astrologia também. Por isso devemos permitir que mapas astrais tenham influência nas eleições, ou definam as ações e objetivos do Estado, das normas e determinações legais? Não? Então, acabou de entender por que a fé deve ficar fora da política também.

Fabinho: "Seria muito idiota afirmar que as igrejas estão fora do processo político. Dentro da igreja há política."

Não fora, o que não é viável, mas devem ser controladas para não causar mais dano do que já causam. Diferentemente de outras forças sociais, a religião já foi "parte do Estado", e sabemos bem como as coisas eram nessa época. Nessa apenas não, pois ainda é assim nas sociedades em que não ocorreu a separação Igreja/Estado. São sociedades muito ruins de se viver, especialmente se for da "religião errada", ou seja, se sua religião não for a do Estado.


Tente pensar em como seria ser cristão, como você, em uma sociedade muçulmana em que a igreja (mas não a "sua" igreja) é o processo político, todo ele.


Para evitar isso, é fundamental manter a separação, e afastada a crendice religiosa, não apenas para proteger ateus, mas principalmente as outras religiões

Fabinho: "Se esta ou aquela denominação se identifica com este ou aquele candidato, que mal há, afinal, todos os crentes, católicos, evangélicos, judeus votam..."

Repetindo, se esta ou aquela denominação se tornar hegemonica, dada a sua natureza centralizante, e baseada em "verdades absolutas", todas as outras correrão perigo, o que inclui nós, ateus, agnósticos, hereges (todos os que seguem religiões diferentes), dissidentes, etc, etc. Um risco, por exemplo, para os povos de santos, religiões africanas, se evengélicos sequestrarem o poder. Ou para evangélicos, se católicos se tornarem hegemonicos. E assim por diante.


O lugar mais seguro para ser religioso, com maior liberdade de crença, é justamente sociedades democráticas, laicas, livres. As estruturas dessas sociedades garantem sua liberdade de crer no que desejar, de ter o amigo imaginário que quiser, sem ser incomodado ou perseguido por outras crenças.


Tente entender, o conceito de respeito a religiões, liberdade de crença, são conceitos criados pelo laicismo, pelo ateísmo, pelo humanismo, não pela religião. Pense nas fogueiras, nas cruzadas, no que ainda sofrem os crentes em países religiosos, por não seguirem a religião de Estado, para entender isso.


Se não conseguir entender a questão, devido a lavagem cerebral que religiões costumam fazer em seus adeptos, tente um exemplo mais distante. Se a Gaviões da Fiel (ou a Mancha Verde, não importa) passasse a eleger deputados e senadores, visando mudar as regras e normas, para garantir que seu time tivesse vantagens, ou que os outros times tivessem dificuldades, ainda acharia que deveríamos respeitar isso, já que "o gosto por futebol está arraigado em todos os brasileiros"?


Se entender isso, entenderá por que é preciso manter a fé cega e a religião organizada longe do Estado e da política.

2 comentários:

Leonardo disse...

Acho que para a questão "por que é preciso manter a religião longe da política?" e resposta mais cabível para os crentes é: PORQUE SIM.
E nada além, nada de explicações, já que eles estão muito acostumados a aceitar tudo o que lhes empurram goela abaixo, sem sequer questionar os motivos.
Então, quando um crente perguntar por que nós queremos os religiosos fora da política, respondamos: PORQUE SIM.

Em tempo: escrevi sobre esse tema recentemente e, se me permitir a propaganda, temos bem explicadinho lá no meu sujo, porém limpinho, blog.

Abraços,

Leonardo Mauhs
Palavras Diretas Corporation

Jeff Picanço disse...

uma explicação possivel é uma frase que li de Helio Schwartzmann, articulista da folha: "a mais branda das teocracias matou muito mais por motivos religiosos que o mais furioso estado laico". abraços,