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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

12 de fevereiro de 2015

Belo e indispensável texto de Cassio Lombardo
amigo querido lá de Morretes

Sobre ontem, 12 de fevereiro, um dia marcado na história do Paraná.
Uma mistura de revolta, persistência, resistência e muita, muita emoção, onde diversas cenas ficarão na memória para sempre:
A solidariedade dos manifestantes (profissionais da educação e demais categorias presentes) dividindo lanche, filtro solar, cadeiras, barracas e muitas outras coisas;
Professores segurando sombrinhas para proteger do sol os voluntários que credenciavam os manifestantes para entrar na ALEP;
Agentes penitenciários reforçando a resistência nos portoes da ALEP;
Policiais dizendo que gostariam de estar ao nosso lado se manifestando;
Esposas de policiais aderindo à manifestação;
Manifestantes limpando a ALEP e a Praça Nossa Senhora de Salete;
Cidadãos levando até os portões da ALEP lanches para contribuir com os manifestantes;
Pessoas se prontificando a ir comprar lanche para aqueles que estavam para dentro dos portões da ALEP e não tinham como sair;
Manifestantes evitando pisar em floreiras na hora da correria;
A corrida hilária e medrosa do Secretario de Segurança;
A vergonhosa ratoeira armada para que os traidores do povo paranaense chegassem num camburão e entrassem na ALEP através de uma grade serrada;
O aterrorizante barulho das bombas e dos tiros com balas de borracha;
Os manifestantes oferecendo flores aos policiais;
O misto de medo e coragem estampado no rosto de cada um;
A expressão de dor das pessoas atingidas pela violência das bombas, do spray de pimenta, dos tiros e qualquer outra agressão;
A coragem diante do temporal que caiu bem na hora do confronto;
As lágrimas emocionadas de muitos ao ser anunciado o cancelamento da sessão feita às escondidas pelos deputados estaduais que defendiam o absurdo de uma votação feita às pressas em comissão geral;
A esperança no rosto de cada um diante do anuncio de retirada do "pacotaço" imposto pelo Governador, mesmo cientes de que vencemos apenas uma batalha, o que não significa que a luta terminou;
As inúmeras mensagens recebidas no celular, de amigos, colegas de trabalho e familiares, preocupados com quem estava presente na manifestação;
O apoio de 20 deputados estaduais que nos defenderam;
A tranquilidade dos deputados estaduais que nos defenderam, transitando calmamente entre os manifestantes, sem medo, por estarem defendendo o direito de trabalhadores;
Enfim, a cada momento surge uma nova lembrança. E de cada lembrança, de cada momento, marcamos a história do Estado do Paraná, mostrando mais uma vez que a resistência se faz necessária, quando governantes perdem o respeito pelo seu povo.
Vamos que vamos, pois a luta continua.
Que o bem prevaleça sobre o mal.

Um comentário:

Jeff Picanço disse...

Belo texto, belo movimento!!