SOBRE O BLOGUEIRO

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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Se você flatula, o problema é seu. Agora, se você quer parar de flatular, o problema é nosso. Procure um grupo de Flatuladores Anônimos no seu bairro

Bons tempos, de fartura, pleno emprego e livre flatulência. Nesta foto, o Porto Matarazzo (Antonina, 1956) e seus edifícios projetados e construídos (vejam as chaminès) de modo a permitir que os trabalhadores flatulassem sem abandonar seus postos de trabalho.
Bósnia Fioravanta de Tênis, talvez nossa mais ardorosa e assídua fã, faz procedente pergunta: “Querido Ornitorrinco: você realmente flatula em elevadores? Essa estranha e pouco olorosa atividade não seria incompatível com sua bela estampa e conhecida educação? As mocinhas da cidade não ficam um pouco, digamos, assustadas?”

Como você sabe, querida Bósnia, aqui em Antonina, o único elevador é o da Pousada Atlante, de modo para nele flatular eu teria que me hospedar e estou tipo meio assim sem grana, o que me impede,  definitivamente, de praticar a nobre e elevada arte da flatulência no único elevador em operação em terras capelistas.

Já em Curitiba há milhares de elevadores mas, depois da proibição do fumo em praticamente todos os locais, agora existe rigorosa legislação que baniu a prática centenária, ou seja, não se pode mais flatular em lugar nenhum por lá, nem mesmo no Parque Barigui. Notícias não confirmadas nos dão conta que dezenas curitibanos, os últimos praticantes da nobre arte da flatulência em elevadores, reúnem-se mensalmente e dirigem-se para São Luiz do Purunã, sempre à noite, e lá soltam seus gases num ritual político que chamam de Flatulaço, ainda que a Força Verde já tenha efetuado duas ou três autuações e, veja que boa notícia, já existem pelo menos 10 grupos de Flatuladores Anônimos em nossa capital, ainda sem relatos de cura ou de controle do fedorento vício.  

Então, impedido que estou de flatular como nos formidáveis anos 60, desde que iniciei minhas obradas neste blog estou a praticar o que chamo de flatulência metafórica, atividade que é muito pouco compreendida, talvez por ser muito semelhante à arte da flatulência religiosa, esta com larga aceitação social.

Espero ter respondido suas dúvidas. Aleluia, Bósnia, ó glória, ó menezes!

2 comentários:

Marceli disse...

Parabéns pelo blog e pelo conteúdo!


Bjs,

Marceli
http://dicadelivro.com.br/

PAULO R. CEQUINEL disse...

1. Seu comentário confirma minha luta. Agora, quando chego aos sessenta, você lança na cara do mundo a verdade: eu tenho conteúdo, não sou apenas um corpinho bonito rodando bolsinha na rede.

2. Bom saber que você é leitora, e obsessiva. Maravilha. Gostei do teu blog. Vou linkar na minha Mixórdia de Cultura, que é a ala chique aqui deste espaço insalubre.

Abraços,

PAULO R. CEQUINEL
THE PRETTY FACE ORNITORRINCO CORPORATION