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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Alteração do Plano Diretor de Antonina: Associação de Moradores do Batel apresenta denúncia ao Ministério Público da Comarca

O Serviço de Alto Falantes Ornitorrinco, hoje a soldo daqueles que querem trabalho e geração de renda COM qualidade de vida, avisa ao público presente nesta quermesse em louvor a Nossa Senhora dos Fertilizantes e dos Interesses Ocultos que nossa formidável Associação de Moradores do Batel apresentou o documento abaixo ao Ministério Público da Comarca, requerendo providências contra as manobras que pretendem emparedar a Câmara Municipal de Antonina e, notadamente, o povo da cidade, criando um fato consumado, até porque a construção da fábrica já está em andamento, ANTES da Câmara aprovar a alteração na lei. Nesse mato tem jararaca de fala macia, roedores sestrosos, morcegões rastejantes e os amigos de sempre, se é que vocês me entendem.

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A Associação de Moradores do Bairro do Batel, fundada em 14 de março de 2009, CNPJ 10.791.064/0001-01, com sede à Av. Thiago Peixoto, 754, por sua representante legal, Vera Lucia Gomes Andreotti, como acato e o respeito devidos, dirige-se a V.Exa. para, de um lado narrar fatos e para, de outra banda, requerer as providências que caibam.  
Em 13/12/2011, o Prefeito Municipal Carlos Augusto Machado, por meio do Ofício GAB Nº 375/2011, encaminha à Câmara Municipal de Antonina o Anteprojeto de Lei nº 075/2011 que, em linhas gerais, pretende alterar dispositivos da Lei 022/2008 – Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo Rural e Urbano, “permitindo os serviços de uso industrial na Zona Residencial Mista 1, bairros Barigui, Km. 4 e Malvinas e na Zona de Uso Turístico 1”, com o fim de permitir a construção de “depósitos, armazéns gerais, entrepostos, cooperativas e silos”.
Ao Ofício citado anexa o Executivo Municipal a devida justificativa que, por genérica, imprecisa e mesmo displicente, mais esconde do que informa: fala em aumento de empregos diretos e indiretos, em incremento da arrecadação de tributos, em interesse público sem citar números ou, sequer, estimativas e, sem jamais considerar que as mudanças pretendidas não são apenas “positivas” mas, e basta olharmos a situação de Paranaguá, resultam em severa degradação de espaços públicos.
Em seu derradeiro parágrafo, propõe a convocação de Audiência Pública, em conjunto com a Câmara Municipal a qual, com efeito, ocorreu em 24 de janeiro de 2012, às 10:00 horas da manhã, na Câmara Municipal.
É bem de ver-se que esta Audiência, com presença amplamente majoritária de empregados da Ponta do Félix e de comissionados da municipalidade, foi muito mal convocada (esta Associação de Moradores não recebeu nenhuma comunicação), e tanto que, interpelado sobre isso, o próprio prefeito proferiu as seguintes palavras, conforme nos relatou a vereadora Margarete N. Pacheco (citamos de memória): “estas formas de convocação precisam ser revistas, são meras formalidades”, e “se tivéssemos convocado mesmo não caberia ninguém aqui na Câmara”.
Ocorre, senhora promotora, que a situação não se resume a um anteprojeto de lei que apresenta “justificativas” claramente imprecisas e nebulosas como já dissemos, ou aos problemas registrados para a convocação e realização da “Audiência Pública”.
Está em curso ato de flagrante e acintosa violação da legislação municipal porque, desde pelo menos junho de 2011, há um galpão gigantesco sendo construído na Avenida Thiago Peixoto, ao lado do Posto Del Rey, Bairro Barigui, como se vê nas fotos que anexamos (colhidas por volta das 13:30 horas de ontem), que seria de propriedade da empresa Fortesolo, que pretenderia ali fabricar fertilizantes e adubos.
Ou seja, a Prefeitura Municipal encaminha em 13/12/2011 proposta de anteprojeto de lei que pretende alterar o uso do solo, de modo a que empresas possam construir galpões, armazéns gerais, silos, unidades industriais, mas, ainda antes da Câmara Municipal pronunciar-se, o poder econômico pisoteia acintosamente a legalidade, iniciando as obras e, ademais, fala-se que inúmeras grandes áreas já teriam sido adquiridas, com empresas agindo como se tivessem completa certeza de que a lei será alterada.
Cabe aqui a (inevitável) pergunta: que interesses tão poderosos estão por trás disso, além da Fortesolo?
O propósito, tanto do Poder Executivo quanto da empresa que já iniciou as obras parece ser o de emparedar o Poder Legislativo, de um lado e, de outro, impedir que os inúmeros problemas que advirão possam ser conhecidos e discutidos pela comunidade atingida pelo “progresso”.
Assim sendo, a AMBB REQUER que o Ministério Público adote, dentre outras que julgar pertinentes, as seguintes providências:
1. Que o MP determine que a Prefeitura:
a) Mande interromper, imediatamente, as obras que claramente afrontam a legislação municipal;
b) Informe os nomes dos servidores públicos que aprovaram o início das obras ainda antes da alteração da lei, bem como sejam apresentados os fundamentos que justifiquem a decisão;
c) Apresente estudos que contenham informações sobre o aumento do tráfego de caminhões, bem como das providências para correção dos (inevitáveis) problemas e prevenção de acidentes;
d) Apresente o valor esperado para o incremento da arrecadação de impostos e taxas, diretos e indiretos;
e) Apresente o valor (estimativa anual) dos investimentos que o poder público se obrigará a fazer com reforma e manutenção de ruas e estradas, iluminação e fornecimento de energia elétricas;
f) Apresente estudos que tratem da extensão de eventuais danos à saúde que venham a ser causados à população e informe se há previsão de indenização e/ou de medidas compensatórias para a população?
g) Informe se as alterações propostas não contrariam os termos da recente decisão do IPHAN sobre o tombamento de Antonina, lembrando que o tombamento não se refere apenas a prédios, mas à própria paisagem do município; 
h) Informe se fez ou fará estudo que defina se haverá valorização ou desvalorização dos imóveis na área e, havendo perdas por desvalorização, há previsão de algum tipo de indenização?
i) Convoque, desta vez de forma decente, Audiências Públicas com os moradores dos bairros Km. 4, Jardim Barigui e Batel (Malvinas), realizando-as em salões amplos, com o oferecimento inclusive de transporte, e preferencialmente no final do dia/início da noite;
2. Que a empresa que está a construir, ilegalmente, o galpão citado apresente as seguintes informações e documentos:
a) Rol de substâncias, produtos e materiais que serão manuseados, estocados ou fabricados nas instalações, bem como informações sobre quantidades, horários de funcionamento, níveis de ruído, destinação de resíduos, etc;
b) Estudo de Impacto e Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA);
c) Alvarás e Licenças Ambientais dos órgãos competentes e toda a documentação relacionada;
d) Número de empregos diretos e indiretos previstos.
Necessário enfatizar não ser a AMBB contrária ao progresso e a geração de empregos.
Nosso inconformismo é resultado das ações que a Prefeitura Municipal e interesses empresariais estão a realizar para que, de forma evidente, a Câmara Municipal seja emparedada e constrangidos os seus integrantes, e os moradores se vejam obrigados a aceitar um fato consumado, sendo importante assentar que o Plano Diretor já prevê a existência de áreas industriais em região próxima do porto.
O progresso não pode ser construído às custas da qualidade de vida das pessoas, e as áreas totalmente degradadas na zona portuária de Paranaguá são exemplo cabal de que nossas preocupações tem, sim, completo fundamento.
Vera Lúcia Gomes Andreotti
Presidenta
                   

2 comentários:

Vanda disse...

Muito bom!
"O sangue ainda pulsa!"

A diretoria está exercendo o seu papel de defender os interesses da população do bairro do Batel, por um desenvolvimento econômico em bases socioambientais sustentáveis. Por isso merece nosso reconhecimento, apoio e respeito.

Vanda

Marcos Maranhão disse...

Parabéns!!! Na terça estaremos lá!!! Depois vem uma ação civil pública pedindo o afastamento do atual prefeito por total falta de dignidade contra a população da cidade.