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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Carta de Paulo aos bonifrates

Não tenhais medo, pios bonifrates católicos, porque em verdade, em verdade vos digo: xingai-me e espinafrai-me, e encomendai minh'alma de pecador ateu ao vosso deus inexistente, e também defendei marcos, o padreco apequenado.

A condição a que vos obrigo é que deveis sair das catacumbas e, em genuflexão, identificai-vos na portaria, ó vós que credes, mesmo que inventeis um nome, e assim prometo publicar e trazer a lume vossos sábios comentários.

Podeis vós imaginar o doce jesus, o cristinho, andando pela Galiléia em completo segredo e anonimato?

Vós ergueríeis templos luxuosos e rezaríeis a clamar salvação para um completo anônimo?

Vós seríeis levados na pregação do papa e dos padrecos todos se tentassem eles vos convencer a obedecer a um deus inexistente e sem nome?

Duvi-de-o-dó, bonifrates, pois mesmo para vossa fé obtusa a coisa tem limites, ó glória, ó menezes!  

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