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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

sábado, 4 de março de 2017

Se alguma coisa cair em sua sopa, não se desespere

Acontece com freqüência de alguma coisa cair em nossa sopa, não é mesmo? Não se desespere, meu caro, minha prezada amiga, para tudo há solução. O Departamento de Soluções Não-Convencionais das Organizações Ornitorrinco, graciosamente, esclarece como você pode e deve proceder em diferentes situações, enfatizando que, de maneira geral você precisa manter-se calmo e, sempre, verificará os sinais vitais daquilo que desabou em sua sopa, seja o que for: batimentos cardíacos, temperatura, saldo bancário, filiação partidária, cor e placa do veículo, dentre outras características e detalhes que possam permitir e facilitar o trabalho de nossas gloriosas autoridades militares, religiosas, desportivas, policiais e culturais.  

1. Do ponto de vista estatístico é praticamente impossível que nossos queridos sérgio moro e deltan dallagnol caiam em sua sopa, mas, vai que aconteça, né mesmo?
Mas, em acontecendo, fique serenamente calmo. Desde que as reluzentes convicções de deltan e a luminosa cognição sumária de moro estejam em bom estado, sua sopa de legumes sofrerá apenas pequenas alterações na cor, volume, sabor e aroma.
O problema, prezado internauto, querida internauta, é que esses dois são sempre seguidos por moscas-fãs fascistas, vestidas de amarelo cbf e, em alguns dos melhores restaurantes da república de curityba, muita sopa já teve que ser descartada.


2. Há diferentes e estranhas espécies de formigas sendo a mais perigosa a formiga lavajato-vazadora. Não vacile se uma delas, uma que seja, cair na sua sopa de aspargos. Toda sua movimentação financeira, incluindo os capilés que você recebe mensalmente do Banco Barbudón y Revolucionário de Cuba, estará à disposição da famosa força-tarefa aquartelada em curityba e, no dia seguinte, a imprensa sadia e limpinha, informará em manchetes que você conhece o primo de um frentista que foi filiado ao PT em 1971. Para salvar o seu jantar, grite bem alto e com a cara-de-pau mais lustrosa que conseguir, que o PT está aos poucos instalando uma ditadura violadora de sigilos, de cadeados e de lacres em geral no Brasil e, antes que você tenha que explicar porque sua renda declarada não condiz com seu patrimônio conhecido, troque a sopa de aspargos por uma porção de mandioca com queijo derretido.

3. Saboreando seu creme de abóbora com chuchu-do-brejo você, atucanado coxinha, é surpreendido pela queda de um poço de petróleo do pré-sal em seu prato. Calma, muita calma nessa hora, muita oração e muitos pedidos dirigidos a são josé serra atingido, que tem relações carnais com umas quantas empresas estrangeiras de petróleo, todas sem fins lucrativos, que querem, apenas e evidentemente, auxiliar o povo brasileiro a extrair do útero santificado e prenhe de riquezas da nossa terra-mãe tão distraída o máximo de petróleo no mínimo de tempo. Pegue um martelo daqueles de leiloeiro, vá para a parte nobre do salão do restaurante e, antes que algum petista estatizante e chato apareça, promova um rápido e sumário leilão do seu prato de sopa de abóbora com chuchu-do-brejo agora enriquecido com bilhões de barris de petróleo do pré-sal. E enalteça as virtudes derramadas por ato divino do deus mercado sobre a iniciativa privada, oh santo daime da competitividade em dólar, oh santo daime do custo Brasil, oh santo daime do cacete a quatro. Amém.     

4. Você levou um tempão para conquistar aquele moça bonita, a Lerroica Bjorkssöng do Pilar e, finalmente, ela aceitou o seu convite para jantar. Banho tomado, barba feita, que coxinhas jamais usam barba, esse hábito bárbaro de petistas sujos e abortivos, a suave loção L’Eau du Tucanô nos lugares certos e vamos lá, o restaurante é muito chique - quem come em bandejão é essa petezada inculta -, e vocês decidem começar com um creme de tomate boliviano com toques de poison aux terrine très-bien, o vinho é um magnífico tinto Patifa Tucana da região do Lombroso Capado (Braga, Portugal), vindima de 2007, as velas estão acesas graças ao programa Velas para Todos, oh os olhares e os desejos, oh os suspiros de amor, oh a noite promete e, assim do nada, uma porra de um Xequinel desaba no prato da sua amada, espalhando o creme no vestido branco virginal, melecando seu cabelo encaracolado e loiro, e ela grita de susto - quiospariu, benhê, que merda é essa? – e você também está todo sujo e, justamente muito puto dentro das calças pergunta ao mâitre, que olha a zona toda meio aparvalhado, Monsier Le Mâitre, Jean-Claude Profiterole Blanche, como é que este Xequinel do caralho veio parar bem no meio da minha sopa, seu babaca?, e ele responde, em francês medieval da Haute-Provence-Sur-La-Merde, allouette, gentil allouette, je te plimerrê le cú, je te plimerrê le cú, son le cú, il le cú.    
Aproveitando-se da confusão, Xequinel sai pela esquerda, como é seu costume, levando o que sobrou: quase metade do vinho, as torradas, a manteiga e um pouco do poison aux terrine. E deu o número do seu telefone, discretamente, para a guria.

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