Wolfgang
Schmidt Mustard Gruënenwald da Zilva, de Blumenau do Meio, Santa Catarina do Oeste,
pergunta se O Ornitorrinco está novamente em guerra contra as religiões.
Evidentemente
que não, caro e ilustre Wolfgang, é apenas o nosso modesto e limitado jeito de
lutar contra a ignorância e contra o atraso ou, dito de outra maneira, trata-se
de quase raquítico esforço para manter janelas e portas abertas, as luzes
acesas e pessoas pensando, até porque o problema definitivo dos crentes é que
jamais leram seus livros supostamente sagrados, bíblia, corão ou qualquer outro,
não importa que nome tenham.
Se
tivessem feito, meus amigos, encontrariam tantas contradições e absurdos, e
falácias, porcarias e mentiras que desistiriam, racionalmente e sem nenhum
drama da sua fé cega.
Todos
os dias padres sob batinas, pastores engravatados, mulahs de turbante e outros intermediários
inúteis - porque mentem que são capazes de conectar a ignorância e o medo das
pessoas a deuses inexistentes - todos os dias, repetimos, quando contam a grana
depositada nas sacolinhas, agradecem a monumental preguiça mental dos seus
rebanhos porque, é evidente, sem ela estariam acabados, dormiriam no escuro e sem
tomar banho porque não pagariam as contas de luz e água e, vejam só, ainda haveria
o problema do que comer no jantar.
Entre
um padreco cagão e seu bispo mentiroso dado ao masoquismo doentio da autoflagelação, um mulah de
turbante ou um pastorzinho homofóbico eu prefiro o horoscopista da esquina, a
cigana que lê mãos ou a velha maluca que percebe e define o destino na borra de café, ou mesmo
o bêbado algumas vezes inconveniente, porque esses não fazem mal a ninguém, no
máximo nos entregam placebos adoçados e, ao fim e ao cabo, não nos convocam
para matar infiéis ou, como andou a fazer recentemente a tropa de choque destes deuses completamente inúteis, não nos pediriam para votar no patife do josé serra.
Assim
sendo, meu prezado Wolfgang, espero que você, ao receber o seu suado e merecido
salário, vá tomar umas cervejas, sem exageros, e leve sua companheira para uma
bela noitada em algum motel.
O
Ornitorrinco garante que o deus formidável das artes da boa foda e das trepadas resplandescentes – que também não
existe, igualzinho aos outros deuses inúteis – ficaria muito feliz, e sua
companheira, Wolfgang, que existe mesmo e é lindona, bem, imagino, ela gozaria
umas duzentas e selvagens vezes e você estaria salvo, forever, e por
merecimento.
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