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Antonina, Litoral do Paraná, Palestine
Petroleiro aposentado e petista no exílio, usuário dos óculos de pangloss, da gloriosa pomada belladona, da emulsão scott e das pílulas do doutor ross, considero o suflê de chuchu apenas vã tentativa de assar o ar e, erguido em retumbante sucesso físico, descobri que uma batata distraída não passa de um tubérculo desatento. Entre sinos bimbalhantes, pássaros pipilantes, vereadores esotéricos, profetas do passado e áulicos feitos na china, persigo o consenso alegórico e meus dias escorrem em relativo sossego. Comendo minhas goiabinhas regulamentares, busco a tranqüilidade siamesa e quero ser presidente por um dia para assim entender as aflições das camadas menos favorecidas pelas propinas democráticas.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Punição para militares insubordinados já!

Eu visito o Blog da Cidadania todos os dias

Meti-me em mais um interessante debate pelo Twitter com o ex-diretor de Redação do jornal O Estado de São Paulo Sandro Vaia. O motivo foi a notícia abaixo, veiculada hoje no jornal O Globo.

Forças Armadas resistem à Comissão da Verdade
O Globo
Apesar da decisão da presidente Dilma Rousseff de bancar como prioridade a criação da Comissão Nacional da Verdade, as Forças Armadas resistem ao projeto e elaboraram um documento com pesadas críticas à proposta.
No texto, enviado mês passado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, os militares afirmam que a instalação da comissão “provocará tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão”.
Segundo reportagem de Evandro Éboli na edição desta quarta-feira do jornal O GLOBO, para eles, vai se abrir uma “ferida na amálgama nacional” e o que se está querendo é “promover retaliações políticas”.
Elaborado pelo Comando do Exército, o documento tem a adesão da Aeronáutica e da Marinha. No texto, os militares apontam sete razões para se opor à Comissão da Verdade, prevista para ser criada num projeto de lei enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional em 2010.
Os militares contrários à comissão argumentam que o Brasil vive hoje outro momento histórico e que comissões como essas costumam ser criadas em um contexto de transição política, que não seria o caso.
“O argumento da reconstrução da História parece tão somente pretender abrir ferida na amálgama nacional, o que não trará benefício, ou, pelo contrário, poderá provocar tensões e sérias desavenças ao trazer fatos superados à nova discussão”.
As Forças Armadas defendem que não há mais como apurar fatos ocorridos no período da ditadura militar e que todos os envolvidos já estariam mortos.
“Passaram-se quase 30 anos do fim do governo chamado militar e muitas pessoas que viveram aquele período já faleceram: testemunhas, documentos e provas praticamente perderam-se no tempo. É improvável chegar-se realmente à verdade dos fatos”.
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Bem, comecemos pelo começo. Segundo a Constituição Federal, o presidente da República é o comandante-em-chefe das Forças Armadas. Subordinados militares não podem questionar superiores sob pena de prisão.
Se a presidenta Dilma quer instituir a Comissão da Verdade, tem a prerrogativa constitucional de fazê-lo e o militar de qualquer patente que questionar pode ser preso por insubordinação.
Antes, o chefe do Gabinete de Segurança  Institucional esbofeteou o país dizendo não existir motivo para vergonha no fato de os militares terem sumido com pessoas, muitas delas pouco mais do que adolescentes como a mesma Dilma Rousseff que torturaram quando era uma menina.
Vaia diz que é “falta de autoridade”. Disse a ele que nem Lula nem Dilma puniram militares que soltaram notas que deveriam ter lhes decretado prisão administrativa porque o Brasil vive uma espécie de liberdade condicional.
Os chefes militares insubordinam-se, no Brasil, porque paira uma ameaça velada de golpe de Estado se forem enfrentados.
Estou enganado? Muito bem. Então, que se puna ao menos os militares que questionaram uma possível medida da presidenta da República, comandante-em-chefe das Forças Armadas, que só compete a ela, pois aos militares não cabe questionarem sua superior hierárquica ou dizer o que ela pode ou não fazer.
Também disse a Vaia, o seguinte: a imprensa que ele representa, que vive pedindo punição de civis como Emir Sader por insubordinação, tem o dever de exigir, também, punição de militares insubordinados.
Ele disse que concorda com a premissa e argumentou que ainda há tempo para a imprensa golpista pedir a prisão dos militares insubordinados, conforme a nota de O Globo. Então esperemos que a mídia faça isso, pois até o ex-diretor de Redação do maior jornal do país acha que deve fazer.
Querem esperar de pé ou sentados?

O Ornitorrinco pede a palavra para, de um lado, dizer que Edu Guimarães é um dos grandes da nossa blogosfera suja e para, de outra banda, relembrar que já escrevi aqui sobre este tema, umas duas ou três vezes. Por razões que minha cacholinha pouco iluminada não alcança, o governo do meu PT não fará porra nenhuma, até porque não fez porra nenhuma até agora. Os milicões continuarão arreganhando-se e insurgindo-se contra o poder civil e, repito, meu PT, ó, sentadinho ali no canto sem dar um único e miserável pio. Deve ser a tal da correlação de forças, ou merda assemelhada.   

Um comentário:

pedroso disse...

Eu não entendo muito disso, embora concorde que para crimes não políticos como tortura e afins, não deva existir anistia, e concordo também, como cidadão comum que sou, que se os militares pregam obediencia cega e irrefutável à hierarquia, não deveriam emitir sinais de que não concordam com eventuais decisões do chefe do poder executivo que é tbém comandante-mor das forças armadas. Mas, como tbém não entendo muito de política, creio que como na queda da bastilha o povo não saiu-se vitorioso em sua plenitude, porém viu abrir-se alguns caminhos para avançar. Vejo que é de bom alvitre seguir avançando, conquistando terreno enquanto os touros brigam.